O presente curso pretende esboçar uma leitura do modo como a noção de espaço foi pensada, concebida e efetivada na sua dimensão política no Brasil a partir das suas ressonâncias com as noções de limite, colonialismo e território. Em um primeiro momento pretende-se mostrar algumas leituras possíveis da noção na sua tensão com o território brasileiro, caminhando a partir de uma análise de documentos, mapas, textos, projetos e execuções governamentais, seguimos em uma proposta de entender fios condutores da maneira com que se entendeu, pensou e se praticou significados de “espaço” nos moldes da produção brasileira. Isto é, em que momento e de que maneira tal noção foi concebida como algo a ser desbravado, separado, destruído, refeito, ressignificado ou inventado? Há uma ideia de espaço enquanto divisão e separação no imaginário brasileiro? Trata-se, assim, de nos perguntarmos pelo agrupamento de relações e conflitos, pelo enlaçamento de linhas que se amarram umas às outras no enfrentamento de pensar como espaços podem desdobrar-se em quem ou o que os habita, isto é: pensar e conceber um espaço é sempre dobrá-lo, conceitual e concretamente, em um limite do seu habitar?