Estimasse que 12 milhões de negros chegaram da África como escravizados nas Américas. O Atlântico foi o espaço em que esse deslocamento foi feito. O presente curso pretende abordar justamente quais os impactos na construção da subjetividade e dos espaços negros a partir dessa diáspora, em seus desdobramentos psico-sociais, culturais e políticos. A partir das noções de diáspora, cultura e invenção trabalhadas no livro Atlântico negro, pretendemos estudar como que tal acontecimento repercutiu e repercute na produção de sujeitos, comunidades e movimentos nas Américas. Tendo a música e a literatura como pontos basilares da formação, criação e reinvenção da cultura negra diaspórica, nossa introdução passará por como o autor pensa tais formas de expressão ligadas às relações e produções políticas no sentido de uma reinvenção da subjetividade produzida pelo colonialismo e pelo racismo. O objetivo do curso é, portanto, apresentar de maneira didática as perguntas levantadas pelo Atlântico negro, mas também seguir os seus desdobramentos conceituais, perguntando pela própria noção complexa e conflituosa de “cultura”, como também pela maneira com que se conceitua uma “experiência negra” da Realidade. Tais desdobramentos nos levará a passar, por exemplo, por perguntas pelo modo como se produziu uma subjetividade negra em diáspora, pelo que significa criar em fuga, e também por como podemos pensar as influências diaspóricas do Atântico negro no Brasil.